segunda-feira, 31 de maio de 2010

O culto à Virgem,uma pràtica abominàlvel aos olhos de Deus.

O culto da Virgem

O culto da Virgem faz parte do culto dos santos. Ele distingue-se apenas por ocupar um lugar mais importante na devoção católica. A condenação absoluta que a palavra de Cristo faz cair sobre o segundo atinge ao mesmo tempo o primeiro.

Com efeito, não há qualquer excepção para Maria; o Evangelho não lhe atribui qualquer outro privilégio, a não ser o de ter sido a mãe do Salvador; mas este mesmo privilégio não lhe confere qualquer poder permanente, qualquer poder especial.
Ouvi o próprio Cristo: “ Uma mulher elevando a voz no meio da multidão, diz “ Felizes as entranhas que te portaram e os seios que te amamentaram ! “ Mas Jesus diz: felizes, antes, são aqueles que escutam a palavra de Deus e a põem em prática ! ” (Lucas 11 : 27-28). Nunca, sob qualquer forma, Cristo ou os apóstolos reconhecem a Maria qualquer parte na obra da salvação. O Evangelho ignora completamente todos os títulos pomposos que lhe dão as litanias (ladainhas). Enquanto estas a designam como “ a mãe da divina graça ”, como “a porta do céu”, o apóstolo Pedro declara-nos solenemente: “ Não há debaixo do céu nenhum outro nome dado aos homens pelo qual devemos ser salvos” (Actos 4: 12). Como é só a Jesus que é preciso ir para obter a salvação e que só ele pode salvar perfeitamente (Hebreus 7: 25), é, portanto, a ele só que devem ser dadas, como ao Pai e ao Espírito Santo, toda a honra e toda a glória.

Maria é designada no catolicismo pelos mais elogiosos e estranhos qualificativos, em particular pela designação sacrílega de “rainha do céu”, como se mesmo Deus estivesse destituído do seu poder. Ora, esta mesma expressão já se encontra no profeta Jeremias (capítulos 7 e 44), que nos fala de mulheres oferecendo bolos e incenso à “rainha do céu”. Mas esta prática idólatra é severamente condenada. O profeta denuncia-a como tendo atraído sobre Judá a cólera de Deus, como a maior causa da destruição do reino. E o Senhor não deve também estar irritado contra os novos adoradores da rainha dos céus, já não sob os traços da lua, mas sob os de uma mulher, da humilde Maria, que recusaria ela própria todas as honras que lhe são rendidas, se pudesse fazer ouvir a sua voz ? Nenhuma dúvida é possível.

Aliás, no Novo Testamento, que silêncio a respeito de Maria ! Depois da morte de Cristo, ela é apenas referida uma única vez, no dia a seguir à Ascensão, quando se diz que ela orava com os discípulos (Actos 1: 14). Não há uma expressão, nem uma palavra, nos Actos ou nas 21 Epístolas, que possa levar-nos a pensar que é preciso render um culto à mãe do Salvador. Nos escritos dos Pais da Igreja dos primeiros séculos, também não há nada que autorize tais honras e justifique um tal culto, que eclipsa pelo seu brilho aquele que se rende ao próprio Deus.

Se de uma ponta à outra do Evangelho não se encontra uma só palavra que leve a pensar que se possa orar à Virgem e render-lhe um culto qualquer, encontra-se, pelo contrário, em todo o lugar, as mais positivas e claras declarações para condenar uma tal devoção.

É só no século V que o culto de Maria faz a sua primeira aparição na Igreja. Ele deve o seu nascimento a várias causas, mas sobretudo à influência dos cultos pagãos que exaltavam, então, tão poderosamente as forças da natureza.

A mãe de Cristo foi sempre honrada na Igreja primitiva, como o é ainda hoje nas Igrejas protestantes. Mas há uma grande distância entre uma tal honra e um culto qualquer. Durante os três primeiros séculos nenhuma oração, nenhuma honra divina qualquer, lhe são dirigidas. Isso são factos incontestáveis, diante dos quais todas as vãs afirmações dos teólogos caem e desaparecem.

No século IV, começam, em certos lugares, a dar-lhe o nome de “mãe de Deus”, contrário às Escrituras. Na Arábia, mulheres fanáticas, dizendo-se sacerdotisas da Virgem, instituem uma festa em honra de Maria e oferecem-lhe em sacrifício bolinhos, renovando, assim, à letra a prática das mulheres de Judá que ofereciam os seus bolos à “rainha do céu” e atraíam, assim, sobre elas e sobre os seus países a maldição de Deus, como declara o profeta Jeremias (Jer. 7: 16-20). Estas mulheres formavam uma seita, combatida com energia por Epifânio que as acusa de serem um esforço do diabo para fazer render honras divinas à natureza humana.

Mais tarde, cerca de 428, Nestório, patriarca de Constantinopla, sustentando que Maria não podia ser chamada “mãe de Deus”, provoca na Igreja uma violenta disputa. O movimento estende-se por todo o lado. Os partidários e os adversários de Nestório formam dois campos quase iguais. Finalmente o Concílio de Éfeso, em 431, aprova a expressão “mãe de Deus”. Desde então, o culto de Maria enraíza-se e propaga-se. Entretanto, segundo Mabillon, a Virgem não tinha ainda festa no fim do século V no calendário das Igrejas de África.

Em 606, o Panteão – templo pagão de Roma destinado a receber as estátuas de todos os deuses – é consagrado à Virgem, bem como a todos os santos. Doravante, o caminho é largamente traçado e o culto da Virgem desenvolve-se sem obstáculos.

As suas imagens e relíquias multiplicam-se nas igrejas. Vêm a invocá-la como a “rainha do céu”, como a “mediadora toda – poderosa” junto de Cristo. A devoção supersticiosa das massas vai cada vez mais na sua direcção, enquanto Cristo, sempre representado como um menino nos braços de sua mãe, entra, ao mesmo tempo, na sombra obscura, até desaparecer completamente. Que vemos, com efeito, na hora actual ? – A Maria, todas as honras, todas as glórias ! É uma verdadeira idolatria ou mariolatria, como se queira.

(Texto extraído do livro “Que dit le Christ (Que diz Cristo) ?”, de F. Marsault)
post by:janio ires.

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